terça-feira, 25 de maio de 2010

First essay with seesmic. Writting via ping.fm! http://bit.ly/9i3Hls

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Tréplica – comentário ao comentário

1. Configurar exclusivamente a “organização” como “esquemas (…) pesados, maçudos, enfadonhos e que não mobilizam ninguém” e como “uma qualquer empresa com organigramas rígidos” é limitar, ideológica e politicamente, a concepção de organização, excluindo propostas de concepção de estruturas e rede flexíveis, mutáveis, adaptáveis. É como se se andasse a fugir de fantasmas, porque somente concebemos o que é de ordem fantasmática e que permanece, porque não sujeitámos a (nossa) história – e, provavelmente as nossas estórias – à crítica política radical.
      A crítica do movimento popular, das experiências revolucionárias, deu origem, precisamente, a uma organização, o BE.

2. A defesa do “Estado Social” – na sua modelação variável, na sua origem, na sua História – é uma declaração ideológica, um princípio ideológico, uma frente de confronto – político e ideológico –, uma frente de luta – política e social - que perspectiva os enfrentamentos com a ideologia, a política e as práticas neo liberais.
      Avalie se os níveis de organização da “política neo liberal” – a sua produção teórica nas universidades e nos média; as suas trincheiras nas administrações, nas empresas e mercados, o seu controle dos aparelhos de estado, a sua presença e dominância nos discursos sociais e políticos dos cidadãos e teremos a medida da organização, ideológica e politicamente delineada, que enfrentamos.
      A luta ideológica é para hoje, articulada com a luta política e as lutas sociais.

3. Uma questão de “organização”.
       No decurso de ano e meio de luta dos professores, a ausência de iniciativa organizativa do BE facilitou o domínio da política e da organização dos sindicatos. Não consideremos, neste momento, o papel relevante do Bloco na articulação do movimento de influência sindical com os movimentos diversos de professores. Consideremos as práticas organizativas: aderentes e simpatizantes do Bloco resistiram, incentivaram e, por vezes, dirigiram a resistência nas escolas. Na prática, unificaram nas escolas os vários impulsos do movimento e, sobretudo, souberam aliar se com quem, nos momentos mais difíceis, soube a avaliar o grau de mobilização de educadores e professores e o limite dos objectivos possíveis.
       O balanço crítico da organização, do BE, passa pela resposta à pergunta: que impulso organizativo deu aos seus simpatizantes e aderentes educadores e professores? A questão não é se hoje há muitos professores que frequentem os núcleos*, é outra: como serviu organizativamente o BE a luta dos educadores e professores no decurso do ano e meio? Juntou os, promoveu a discussão de objectivos e formas de luta, proporcionou, ao menos, a troca de impressões, o relato de dificuldades e de soluções de simpatizantes e aderentes no decurso do processo mais activo de luta? Adoptou, para o decorrer do processo, formas flexíveis de organização ou intimidou se com o “fantasma do leninismo”?

        Discutir as formas de organização é fazer política. Fazer o seu balanço é também decidir como resolverá a Coordenadora Distrital o seu Programa.

Manuel Dias Afonso

2010.04.14
Núcleo de Faro
Aderente 8 121

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* Mas é a questão da distância a que estão professores que queremos que participem no Encontro de Professores do BE – Algarve, no Fórum Nacional e nos Encontros de Professores – três formas de organização que a organização serviu melhor ou pior.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Subordinar a política à organização ou a organização à política?

Alguns companheiros já teceram algumas considerações sobre o programa da lista “Alternativa socialista para o Algarve” – concordo com algumas e discordo de outras. Diz o João Brandão que “o principal defeito da CCD actual é organizativo” e avança com algumas justificações, como o pouco apoio ou coordenação da Distrital e que a principal limitação se encontra neste órgão. Mas, mais à frente, parece que entra em contradição quando reconhece que há “um problema de definição de uma política regional”. No fundo, acha que os principais problemas do Bloco na região são de natureza organizativa.

Discordo totalmente deste ponto de vista e por uma razão muito simples: os desafios que se colocam ao Bloco, no Algarve ou em qualquer ponto do país são acima de tudo políticos (e também ideológicos, embora em menor grau, por enquanto). O que não quer dizer que se ponha de parte a organização, mas esta terá de se subordinar totalmente à política e não a política subordinar-se à organização! Aliás, esta tem sido a matriz e o êxito do Bloco. O que não quer dizer que não haja lacunas, e muitas e que é necessário aperfeiçoar o trabalho. “Urge fazer política”, como diz o camarada José Moreira, mas fazer política alternativa, com determinação e eficácia, apresentando propostas e indo ao encontro das necessidades e reivindicações mais sentidas pelas populações, seja nos órgãos eleitos e outras estruturas, nos movimentos sociais ou nas acções de rua.
Afirmar decisivamente o Bloco no Algarve, lutando por uma alternativa socialista e popular ao modelo de desenvolvimento que tem existido na região – é o que diz o primeiro ponto do nosso programa e estou plenamente de acordo. Mas como se conseguirá este desiderato? Com o máximo de política e com uma organização apenas q. b.

Em primeiro lugar, combater com todas as forças ao nosso alcance a actual crise e as políticas neo-liberais do governo socrático (ou de qualquer outro governo ou do poder local), consubstanciadas no famigerado PEC (Plano de Empobrecimento Colectivo, como alguém já lhe chamou): o desemprego, a precariedade, a injustiça e exclusão social, a destruição ambiental, a degradação e destruição dos serviços públicos.


Em segundo lugar, dando o exemplo na acção e na luta, pugnando pela transparência absoluta, contra a corrupção e contra a conciliação.


Em terceiro lugar, afirmar as nossas opções socialistas de esquerda (sem nos confundirmos com o reformismo do PS e do PCP) – aqui vou de encontro às teses defendidas por José Moreira – embora, sem exagero. E porquê? Porque hoje o nosso combate central situa-se em torno da política, como disse, e não em torno da ideologia, ou da organização – aqui a minha discordância. Em grande parte, isto tem a ver com o actual estado de consciência das populações – estado ainda recuado, de pouca resistência ao neo-liberalismo e ainda pouco propício às grandes mobilizações e acções de luta. Mas virá o tempo – assim o espero – em que o Bloco terá de colocar a ideologia em primeiro plano, ou pelo menos a par da política.


De que serve criar muitos grupos de trabalho para as áreas mais diversificadas se depois não há força nem vocação para operacionalizar, para colocar no terreno de forma consistente e continuada esses grupos? E as áreas seriam muitas, sem dúvida – desemprego, precariedade e exclusão social, ambiente, educação, saúde, mobilidade/ferrovia, agricultura e desenvolvimento rural, turismo, pesca, juventude, regionalização, frente autárquica… Primeiro há que definir os temas/acções prioritárias a implementar no tempo de vigência da próxima Coordenadora Distrital e em função disso promover a criação dos grupos de trabalho – grupos de trabalho para, em articulação com a Distrital e o Secretariado, levar a efeito, concretizar essas acções. Acções de discussão e mobilização política que congregue vontades e dinâmicas de grupo, sem coarctar as propostas e iniciativas de índole individual. Antes, valorizando-as e projectando-as ao serviço do colectivo.

É necessário colocar o Bloco de Esquerda no centro da vida política do Algarve e isto só se faz subordinando os esquemas organizativos - pesados, maçudos, enfadonhos e que não mobilizam ninguém – à centralidade da política, como por exemplo, o combate ao PEC da fome e da miséria, a luta contra a chaga social do desemprego, ou contra as teias mafiosas da corrupção. O Bloco é uma organização de aderentes voluntários e não uma qualquer empresa com organigramas rígidos, logo há que ter em conta essas características.
É necessário captar os mais jovens e enquadrar os novos aderentes de forma atractiva, com propostas mobilizadoras e alheias a esquemas pré-concebidos. Quando for necessário, adequado e desde que se justifique, há que assumir radicalidade nas propostas e acções e não ter receio de protagonizar rupturas – afinal esta também é a matriz do Bloco. Só assim estaremos a fazer o percurso, com passos seguros, em direcção a uma sociedade alternativa, socialista e popular.

Algumas considerações finais. A actual Distrital, ainda em funções, tem sido alvo de diversas críticas, muitas delas justas, sem dúvida, outras nem tanto. Houve muitos erros, insuficiências e limitações no seu trabalho e de direcção política. No entanto, para sermos justos há que reconhecer que foi durante o seu mandato que o Bloco mais cresceu no Algarve. Comparativamente a outras regiões do país, o Algarve foi uma das que mais cresceu e onde se atingiram os resultados mais significativos nas eleições europeias, legislativas e até autárquicas. Conseguimos eleger uma deputada e estivemos próximos de uma segunda representação no Parlamento. O Bloco concorreu em 11 concelhos (incluindo a participação na lista unitária de Vila do Bispo) e passou de 13 autarcas (incluindo 1 elemento na Assembleia Metropolitana) para mais do dobro, para 28 autarcas (onde se destaca a conquista de um vereador em Olhão, 2 elementos na lista unitária de Vila do Bispo e 2 elementos para a Assembleia Intermunicipal do Algarve). Por outro lado, foram criados mais 3 Núcleos na região – Lagos, Olhão e Lagoa e, Albufeira, está à beira de formalizar o novo núcleo. Quanto ao número de aderentes, não quero exagerar, mas talvez tenha duplicado. E com uma Distrital apenas com 13 membros, um Secretariado com 3 elementos e sem qualquer tipo de funcionário. A próxima Distrital, com 20 membros – o que acho exagerado – terá obrigação de fazer mais e melhor.


João Vasconcelos - Portimão

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Comentários à Lista e ao Programa “Alternativa Socialista para o Algarve”

1. A compreensão e avaliação daquilo que é o BE Algarve no momento da eleição da Coordenadora Distrital não podem dispensar algumas histórias – o balanço crítico da Coordenadora que cessa funções, um ensaio de compreensão das suas insuficiências; um quadro do que é a actual organização: aderentes, sedes, núcleos, grupos de trabalho de núcleo activos – este último tópico permitiria o conhecimento da acção autárquica e de outras acções políticas mais ou menos continuadas participadas pelo Bloco.


2. A forma como o processo de eleição tem vindo a decorrer constitui a evidência da impossibilidade de assumir a forma descrita em 1, o que, por sua vez, ajuda a compreender a forma de constituição da lista candidata: a indicação, por cada um dos núcleos, de dois elementos. Presume se que terá sido a reunião destes camaradas que traçou o programa “Socialista para o Algarve” com que a lista candidata se apresenta.

3. Trata se de (re)começar: uma espécie de “grau zero” da política na constituição da lista, a que, no entanto, corresponde mais qualquer coisa na ordem do programa.

4. Em primeiro lugar, a compreensão da necessidade de elevação da acção de direcção política da Coordenadora Distrital para o alargamento e perspectivação política da acção dos núcleos; em segundo, também a compreensão da necessidade generalizada de formação política no contexto da acção.

5. Há, porém, omissões que não devem ser escamoteadas: a acção dos núcleos e dos aderentes deve desenvolver se no seio dos movimentos sociais, deve procurar influenciá los de forma a que se projectem para além da “dignificação, [d]a coesão social e [d]a qualidade de vida das populações”, consolidando e alargando o campo da esquerda socialista, reformulando, numa perspectiva radical, as suas “cartas reivindicativas; neste trabalho político de núcleos e de aderentes deve firmar se a unidade na acção de todos os que combatem a ofensiva neoliberal; a orientação da acção política “deve considerar [que] a luta dos precários é um elemento estratégico da mobilização popular”.

6. Não é possível avaliar no âmbito de um Programa que é excessivamente generalista a forma como cada um dos elementos que integra a lista que o subscreve o assume. A dificuldade reflecte se no grau de confiança com que é possível confiar o voto na sua eleição. Assim, a forma de organização da Assembleia devia ainda viabilizar a apresentação formal do Programa e da Lista e o debate que permitisse aqueles esclarecimentos e avaliações.


Manuel Dias Afonso

Núcleo de Faro
Aderente 8 121

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Urge fazer política!

Tendo-se optado, por razões que compreendo, por uma lista unitária. O nosso programa esta construído de acordo com uma lógica obreirista. Sendo que este me parece um primeiro passo para a afirmação do Bloco de Esquerda como alternativa politica local e nacional, rapidamente teremos de começar a fazer política e escolhas claras, pois de outro modo a ação será inconsequente porque sem sustentação política ideológica, depressa nos esvaziaremos num partido que agita diferentes bandeiras ao sabor dos variados ventos.

É necessário um substrato ideológico forte, nestes tempos configuram-se duas opções, a saber:

i) Um partido reformista, que por razões históricas e romanticamente agita bandeiras anticapitalistas e altermundistas, mas que no panorama nacional não tem uma pratica coerente com estas bonitas bandeiras e vai capitalizando o descontentamento de diversos grupos sociais. Esta estratégia proporcionará em algumas eleições um grupo parlamentar razoavelmente numeroso e noutras teremos deputados para encher um táxi. As estruturas locais continuaram com pouco peso e serviremos para compor salas e assegurar uma representação sem peso político decisivo a nível distrital e concelhio.


ii) Um partido socialista de matriz revolucionária, com um número crescente de militantes recrutados nos movimentos sociais que defenda não só uma prática política alternativa, mas uma politica alternativa, que não renegando as raízes, defenda um modelo de sociedade alternativo.
O modelo social anticapitalista deve olhar e ver as lutas e movimentações socais do novo século, e não esquecer as lições da história do século XX. O futuro dirá se a curto prazo desta estratégia resultará alguma perda de votos, mas estou certo que a médio longo prazo um partido com uma clara matriz socialista tem mais condições para um crescimento eleitoral sustentado, e sobretudo tem mais condições para contribuir para a transformação / revolução social.

Além do repto à discussão Política, gostaria que mais camaradas se pronunciassem e apontassem quais os campos de ação em que o Bloco Algarve deverá prioritariamente afirmar as suas propostas de ação.

Por uma Alternativa Socialista para o Algarve

Zé Moreira

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O primeiro objectivo do nosso programa

O nosso programa de candidatura apresenta como primeiro objectivo:

“1. Afirmar de forma decisiva o Bloco de Esquerda no Algarve, na luta por uma alternativa socialista e popular ao modelo de desenvolvimento regional que tem persistido;”

Este é um objectivo muito ousado e divide-se em dois pontos:
1- Com ele pretende-se fazer do BE uma força que apresenta um modelo de desenvolvimento alternativo à política regional, não uma gestão diferente e humanizante do sistema de exploração capitalista mas uma alternativa socialista e popular.
2- Não basta apresentar uma alternativa, é preciso afirmar de uma forma decisiva o Bloco de Esquerda no Algarve, isto é, fazer do BE uma força actuante e incontornável na política regional. A elevada percentagem obtida no Algarve na eleição para a Assembleia Legislativa mostra que não é um objectivo utópico.

Mas, construir uma alternativa política e afirmá-la na região só é possível com muito trabalho e dedicação. É isto que se espera de uma lista que apresenta este objectivo.

João Brandão

segunda-feira, 29 de março de 2010

Este programa é organizativo e pouco político

É mesmo assim. No meu entender, o principal defeito da CCD actual é organizativo. Durante os dois últimos anos a actividade do BE no Algarve centrou-se nos núcleos (e bem) com pouco apoio ou coordenação da distrital. A principal limitação da nossa actividade a nível regional é o funcionamento da Comissão Coordenadora Distrital e do seu secretariado.


É claro que existe também um problema de definição de uma política regional. Isso notou-se na elaboração do programa da candidatura por Faro às legislativas, na elaboração de propostas para o PIDDAC, no não acompanhamento dos camaradas da AMAL, etc.. Na actual fase da actividade do BE, o que se pede a uma lista candidata não é o seu programa para a região, mas um comprometimento que vai trabalhar para o construir. E na sua definição poderá haver divergências.

Vejamos a questão da regionalização. Embora o BE defenda a regionalização, conheço aderentes que a não apoiam. Interessa que a nova CCD lance esta discussão e defina a sua importância e qual a nossa estratégia para esse objectivo. Não é, neste momento, uma questão do programa da lista candidata à CCD, embora possa vir a ser importante num programa futuro.

João Brandão